
O que é o câncer de pele?
O câncer de pele é o tipo mais comum no mundo, representando cerca de um terço de todos os casos de câncer no Brasil. Só em 2020, foram cerca de 180 mil diagnósticos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ele geralmente aparece nas áreas da pele mais expostas ao sol — especialmente em países ensolarados como o nosso.
Quais são os tipos mais comuns de câncer de pele?
Carcinoma basocelular (CBC)
Conhecidos como CBC, são os mais comuns e, felizmente, os que costumam causar menos problemas. Assim como os outros da nossa lista, eles surgem geralmente nas regiões mais expostas da pele ao Sol e têm crescimento lento. As vezes a pessoa pode demorar anos para perceber a lesão e procurar um médico.
São lesões mais brilhosas e geralmente com limites claros. Outra característica do CBC é que é extremamente raro ele se espalhar pelo corpo – o que chamamos de metástase. O tratamento para eliminar essa lesão detectada na consulta geralmente já resolve o problema.
Carcinoma espinocelular (CEC)
Esse é o segundo mais comum e fica um pouco atrás do primeiro colocado. Ele apresenta um risco um pouco maior de se espalhar pelo corpo, mas o tratamento costuma ser parecido com o do CBC quando diagnosticado cedo.
Melanoma
Felizmente não é tão comum quanto os dois anteriores, mas é famoso por ser bem mais perigoso. Nesse caso, a confirmação e tratamento da lesão suspeita não pode demorar, já que tem um risco muito maior de causar metástases.
Além da exposição solar, outras coisas que aumentam o risco desse diagnóstico é se o paciente tiver algum familiar próximo que já teve melanoma e também se a pessoa já teve alguma queimadura mais grave no passado.
Carcinoma de células de Merkel
Outro câncer de pele também causado pelo Sol. Este já é muito raro e mesmo médicos de outras especialidades podem nunca ter ouvido falar. É um diagnóstico muito grave e deve ser tratado com a mesma urgência do melanoma. Geralmente precisa se realizada cirurgia e radioterapia.
O que causam os cânceres de pele?
Eles são causados principalmente pela radiação ultravioleta, os raios UV da luz do Sol. Esses raios solares podem ser divididos entre UVA e UVB:
- UVA: penetra mais profundamente na pele e é responsável principalmente pelo bronzeamento e pelo envelhecimento precoce.
- UVB: afeta camadas mais superficiais e é o principal causador de queimaduras solares e do desenvolvimento de cânceres de pele.
Infelizmente, a verdade é que não existe bronze saudável para a nossa pele.
Como se proteger?
Como o principal causador dos cânceres de pele é a radiação ultravioleta, a melhor forma de prevenir o câncer de pele é evitar a exposição excessiva aos raios solares. Para isso, use:
- Proteção física: evitar sol entre 10h e 15h, buscar sombras, usar chapéus, óculos escuros e roupas com proteção UV.
- Proteção química: aplicar protetor solar com FPS (Fator de Proteção Solar) de pelo menos 50, reaplicando após sudorese intensa ou contato com água.
Como saber se tenho uma lesão suspeita?
Algumas características devem chamar atenção para uma lesão que pode ser um câncer de pele, como:
- Lesão de pele nova que está crescendo
- Lesão antiga que está mudando suas cores ou outras características
- Lesões que sangram facilmente, mas nunca cicatrizam
Além disso, existe o ABCDE do melanoma, um conjunto de sinais para chamar atenção de uma lesão que pode ser suspeita desse tipo de câncer:
- Assimetria: lesão que, dividida na metade, apresenta duas partes desiguais
- Bordas: bordas irregulares
- Cores: lesão com mais de 2 cores
- Diâmetro: lesão que a distância entre as bordas é maior do que 6 mm
- Evolução: a lesão muda de forma, cor, tamanho ou apresenta sintomas como coceira ou sangramento com o tempo.

Acho que tenho uma lesão suspeita. O que eu faço?
Antes de tudo, não se assuste. Uma lesão suspeita não significa que você já tem o diagnóstico de um câncer de pele. O mais indicado é que você marque o quanto antes uma consulta com um dermatologista experiente no assunto.
Durante a consulta, seu médico vai examinar as lesões suspeitas com um aparelho chamado dermatoscópio, uma “super lupa” procurando sinais para dizer se aquela lesão é benigna (“do bem”) ou suspeita de malignidade.
Em caso de lesão realmente suspeita, é feita uma biópsia de pele. Um procedimento seguro, com anestesia local, para retirar aquela lesão e mandar para análise.
Ficou com alguma dúvida? Está com alguma manchinha ou lesão na pele que te preocupa? Procure um dermatologista — de preferência com registro de qualificação de especialista (RQE) no site do Conselho Federal de Medicina (CFM) e credenciado à Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Assim, você garante uma avaliação segura e baseada em evidências.
Fonte: Autoexame do ABCDE ajuda no diagnóstico de câncer de pele melanoma. Disponível em: <https://sbdrs.org.br/autoexame-do-abcde-ajuda-no-diagnostico-de-cancer-de-pele-melanoma/>.